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Notícias e novidades

Publicado em 18/11/2012

Na ponta dos dedos, as casas do futuro

Controle de diversos aparelhos por tablets e uso de eletrodomésticos automáticos facilitam o cotidiano

Fonte: O Globo - Economia - Digital e Mídia RIO - Pode não parecer, mas a tecnologia vai além das acaloradas discussões sobre computadores, tablets e celulares. Os recentes avanços vêm trazendo cada vez mais facilidades para o dia a dia doméstico. É bem verdade que o mundo imaginado por William Hanna e Joseph Barbera em “Os Jetsons” em 1962 ainda está distante, mas, no presente, já é possível dar ares futurísticos às residências. Comandar pelo smartphone todos os aparelhos elétricos ou deixar o aspirador de pó robótico limpando o chão automaticamente são realidade para quem pode gastar mais com automação e eletrodomésticos inteligentes. De acordo com o engenheiro José Roberto Muratori, diretor-executivo da Associação Brasileira de Automação Residencial, a tecnologia avançou muito nos últimos anos e, hoje, a automação permite “praticamente tudo” o que o cliente desejar — Não há limites para a automação. Um cliente me pediu um sistema para desligar o ar-condicionado quando a janela for aberta. Este é um exemplo simples de como a automação pode facilitar a vida das pessoas e gerar economia de energia — conta. A massificação de smartphones e tablets impulsionou o mercado de casas inteligentes. O controle remoto, usado em sistemas mais antigos, não é mais necessário. Por meio de aplicativos, o morador pode controlar a temperatura do ar-condicionado, apagar e acender luzes e até preparar o banho na hidromassagem, entre outras funções. Essa é uma das razões para o barateamento dos projetos de automação. Segundo Muratori, os preços ainda são altos, mas caíram aproximadamente 50% nos últimos cinco anos. — Com um tablet, o cliente já tem uma parte do sistema na casa dele — afirma Muratori. O sócio-diretor da empresa de automação Parallax, Guilherme Dellarole, explica que os custos também caíram porque, com as redes sem fio, não é mais preciso realizar obras para conectar os aparelhos da casa. — O sistema não requer infraestrutura. É tudo feito através de redes sem fio. As pessoas conseguem ter a casa completamente automatizada sem quebrar uma parede. Esse fator reduz bastante o custo do projeto — afirma Dellarole. Mesmo assim, ainda não é barato montar um sistema automático. Um projeto completo custa entre 3% e 5% do valor total do imóvel. Dellarole estima que a automação de um quarto, com controle por tablet da iluminação, ar-condicionado, persiana e TV, custe em torno de R$ 10 mil. Caro ou não, a demanda pelo serviço aumentou. Segundo Muratori, o mercado cresce em média cerca de 40% ao ano. O número de fabricantes e importadores de produtos para automação residencial subiu de 15 para 50 entre 2008 e 2011. As novidades atraem principalmente os mais jovens, entusiastas da tecnologia. O engenheiro Paulo Fernando da Costa, de 28 anos, é um deles. De mudança da casa dos pais, pretende instalar o sistema de controle de iluminação no seu primeiro apartamento. — É uma coisa que eu sempre quis. Agora que a casa vai ser minha, vou instalar — conta. E a indústria nacional já começa a ganhar destaque pela inovação. A Neocontrol lança em dezembro o primeiro sistema do mundo de automação por voz e gestos. Chamado Mplay, funciona acoplado a SmarTVs da Samsung e permite o controle da casa usando os sensores do televisor. — A pessoa pode estar no sofá, assistindo à TV, e com um gesto apagar as luzes, abrir a porta para visitas ou controlar a temperatura. E ele também funciona como um media center, com acesso a filmes e músicas armazenados na nuvem — explica Gabriel Peixoto, diretor-executivo da NeoControl.   Eletrodomésticos fazem tudo A SmarTV é um exemplo de como a tecnologia transformou os eletrodomésticos. Além da programação da TV tradicional, acessa programas na internet, possui diversos aplicativos e interage com o usuário por movimento. A LG trouxe para o Brasil o Hom-Bot, um aspirador de pó inteligente que limpa o chão sozinho. Equipado com câmeras e sensores infravermelhos e ultrassônicos, o aparelho mapeia os ambientes para desviar dos objetos. Ele tem um sistema de recarga que faz com que o Hom-Bot volte automaticamente para a base quando a bateria estiver acabando. A máquina de lavar roupas ganhou um upgrade. A Brastemp tem um sistema de abastecimento automático que mede a quantidade de sabão e amaciante para a lavagem de acordo com o volume de roupa. A LG conta com o sistema Smart Diagnosis, programado para detectar os problemas de funcionamento e gerar um sinal sonoro que pode ser interpretado pelo serviço de atendimento computadorizado ao cliente — basta o dono ligar para lá e deixar o sistema “reconhecer” o som. — Com a tecnologia, não é preciso mais chamar o técnico — diz Mariana Cappucci, gerente de produtos de linha branca da LG. As geladeiras também ficaram espertas. A Brastemp lançou recentemente um refrigerador com tela touch, que gerencia os alimentos armazenados e faz listas de compras automaticamente, que podem ser enviadas para smartphones e atualizadas em tempo real pelos moradores da casa. Na tela, é possível deixar bilhetes ou fazer anotações. Além disso, a geladeira possui agenda de contatos, que substitui os ímãs com telefones de táxi, farmácias e pizzarias. — O refrigerador privilegia a otimização do tempo. Uma semana antes da data de vencimento de algum produto, ele emite um aviso. E é capaz de gerar uma lista de compras, que pode ser modificada por todos os moradores da casa — explica Mario Fioretti, gerente-geral de Design e Inovação da Whirlpool Latin America. A Philips lançou recentemente uma dock station para iPhones, iPads e iPods que pode ser controlada pela rede Wi-Fi. Diferentemente dos outros modelos do mercado, o tablet não precisa ficar plugado ao aparelho. A biblioteca de músicas é acessada pela rede sem fio. Com um aplicativo, é possível ouvir rádios disponíveis na internet. Muratori lembra que, além de facilitar a vida dos moradores, a automação residencial e os eletrodomésticos inteligentes ajudam na redução do consumo de energia elétrica. — A tendência é as pessoas se preocuparem mais com o consumo de energia. O futuro é a automação.